27 de dez. de 2010

Sobre o que penso que sentem

Mais um fim.
Mais um ciclo que se acaba.
Às vésperas do meu rito de passagem,
Então volto às minhas linhas.
Releio o que andei escrevendo ao longo desta última volta ao redor do sol.
Destes últimos 12 meses idos. Do ano que termina em zero. Uma década findada.
De fato escrevi coisas tristes, coisas secas, coisas choradas...
Fui viúva, cética, fui rocha, fui qualquer coisa exagerada.
Fui os piores momentos transcritos, os bons momentos guardados em segredo.
Escrevi sobre o amor.
Sob a minha ótica, sob os personagens que construí ao ver os amantes caminhando ao meu redor.
E dando continuidade a todas as eras cíclicas de mundo, novamente o amor e os sentimentos intensos humanos é que servem de matéria prima pra qualquer coisa outra que se ouse escrever.
Quem me lê, me vê passando na rua, me olha e me sorri cordialmente não entende das minhas intensidades, da minha matéria de poesia.
O ano que se finda, os textos que ficaram para trás me deixam um sentimento de sobriedade de mim mesma.
Sóbria, sinto que posso sentir o sentimento do mundo.
Que cada pessoa que vejo chorando e sorrindo pela rua, que me faz escrever sobre o amor, me empresta um pouco da dor do seu peito pra preencher o espaço que cabe às minhas palavras.
O que tenho a dizer neste texto de fim, é que encerrei muita coisa este ano!
Em nome dos que amam e me inspiram!
Espantei meus fantasmas, minhas reticências, meus medos...acabou!
O ano acabou e estou renovada!
Estou nova!
Estou começando de novo tudo e todas as coisas!
Estou por fim, feliz!
Feliz com todo o movimento de amor que me ensinou tanto sobre o mundo!
Feliz porque sou outra, porque me sinto beija flor, porque tenho outros olhos, outros afetos.
A última volta de existir foi de movimento.
E pretendo ainda escrever por aqui o que penso deste movimentar, saculejar, sacudir.
Movimentar-se é estar vivo.
E rindo de mim mesma e dos meus textos antigos, me sinto não mais do que viva e pulsante.
Neste fim de ano, pulso.
Pulso pelo novo!
Pulso porque não tenho pena dos amantes, das viúvas, dos que sofrem, dos que transpiram amor, porque não sinto pesar pelos que retratei em todos os meus versos de amar.
Hoje todos devem também estar em movimento.
E tão felizes quanto eu.
Eu que tenho escrito sobre o que penso que sentem.

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