30 de out. de 2010

O que aprendi no mês de outubro

Final de outubro...
Final de tanta coisa.
No simbolismo dos finais nem sei por onde começar pra conseguir dizer sobre os ciclos que encerrei neste tempo último.
Encerrei mais um capítulo de ilusão. Um capítulo comprido que só provou que a gente tem que prestar atenção ao que se escancara aos nossos olhos. Tudo o que parece muito claro, de fato é. E não adianta fantasiar borboletas. Nunca adiantou.
Aprendi que ter esperanças é válido. Mas esperar pra sempre é derrotismo e estagnação.
No entanto, também aprendi que a esperança pode trazer coragem, auto-crítica, elucidações.
Aprendi que posso me surpreender muito (tenho treinado minha coragem de assumir minhas vontades).
Nesses tempos idos aprendi que o ser humano é confuso, perdido, dissimulado... tudo isso todos nós somos ou podemos ser, mais dia, menos dia. O que não podemos é ter conosco gente má. E dessas, devemos nos livrar.
Tenho aprendido que se deve mudar... mudar os cabelos, as unhas, o medo da dor, mudar de emprego, de ares, de lugares. E por mais que isso tudo dê medo, não compensa levá-lo em consideração. Sentí-lo sim, compensa. Compensa sentir tudo!
Aprendi que nada em mim é digno de vergonha. Que vergonha é coisa de gente infeliz.
Entendi que o mundo tá cheio de gente, de prazeres e de oportunidades escancaradas à minha frente, bastando que eu liberte meu campo energético das minhas neuroses e obsessões conservadoras, pra que ele inunde todo esse espaço de novidades deliciosas.
Eu aprendi que por onde passamos deixamos rastros. E que cabe a nós fazer desses rastros sinais bons ou ruins de nossa passagem.
Percebi que quando os sinais são bons, você recebe sempre desejos de boa sorte e sucesso pro resto da jornada. Sem contar nos "estarei aqui sempre que você precisar", que são tão bons de se ouvir.
Uma nota importante e que não pode ser deixada de lado é que o único jeito de se deixar pessoas, coisas ou lugares, é somente deixando. Nunca existirá outro jeito.
É preciso ter momentos marcantes, pra delimitar o tempo e construir a memória desses dias. Mas pra sempre, o único jeito de deixar vai ser dizendo adeus e saindo pela porta sem olhar pra trás.
É importante também, e fundamental, que não se perca muito tempo fazendo projeções de futuro. Nada disso vai acontecer. E o que vai de fato, vai chegar de maneira totalmente imprevista.
Portanto, só o que temos a fazer é entender que tudo na vida é uma fase. Que por essa fase passarão pessoas. Que você passará por elas. Que haverá muitos aprendizados. Momentos bons e ruins. Novas rotinas a serem depois modificadas e deixadas para trás.
Aprendi que é preciso aceitar com serenidade e paz o fim desses ciclos. E purificar o corpo e a alma para receber os próximos.
Por falar em corpo... acho que tenho aprendido que ele deve ser explorado e usufruído em toda a sua plenitude. Ele é nosso templo. E é sacro.
Por fim, o fim do mês de outubro.
Tenho aprendido com ele também, que não só ele se acaba, mas a vida. Tenho visto a vida minguar e se despedir diante dos meus olhos. Num movimento profundo, natural, inevitável, ininterrupto. E justamente por isso, é preciso vivê-la!
Outubro vai se despedindo, enquanto eu, à beira de um feriado, morro de calor nessa noite quente, no silêncio da penunbra do meu quarto, pensando na vida, e... de novo (como há muito tempo não se via) sem sono na madrugada!