Há uma mariposa irritante no meu quarto.
Que voa desnorteada de um lado para o outro e irrita por várias coisas, mas principalmente por estar ali, a cumprir seu papel de mariposa que irrita.
É de uma cor pálida, feia e quase despercebida e não desperta desejo de falar adjetivos.
Por que será que os insetos que voam são atraídos para a luz?
Por que será que os insetos feios voadores se arriscam para a luz?
Por que voam? Por que feios?
Por que luz?
Na concepção feia alada da mariposa, a luz deve ser irritante, pelo simples fato de cumprir o seu papel de coisa que ilumina.
E deve invadir o seu espaço com abuso. Assim como a mariposa no meu quarto.
E a verdade é que eu queria escrever sobre outra coisa, mas é que é muito irritante o som da mariposa se chocando o tempo todo contra a parede.
E a luz invade sem permissão todos os espaços.
Então meto o dedo no interruptor. E a partir de agora não é mais som, nem mais luz, nem mais nada.
1 de nov. de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Nada como o bom e velho egocentrismo humano...meu espaço é meu espaço, e tudo o que ultrapassa esse limite, irrita.
Belo causo, belas colocações!
Bju!
Postar um comentário