25 de ago. de 2009

Um dia. Vários dias. Meses
Um lugar. Vários lugares. Um mundo.
curto, estreito, sem ar
Em um pequeno momento de leveza e falta de vontade
(Claro. Falta de vontade sempre. Sagradas as coisas que despertam vontade)

Mas é nesse momento onde pular um dia e viver outro se mostra importante para a dose de sanidade e o pouco sono que ainda resta.

Eu não queria viver hoje. Poderíamos escolher o melhor dia pra viver. Apenas aqueles realmente significantes que com dor ou sorrisos de queimar as bochechas são capazes de produzir lembranças.

Simplesmente porque nunca nos lembramos de tudo. de todos os dias. todas as noites. todas as palavras. as refeições. os cheiros.

Só nos lembramos dos grandes ou dos belissimamente pequenos. Os dias normais e a sua mediocridade irritante só servem pra fazer o tempo passar distante. desperdício.

E deveria ser dos direitos humanos simplesmente não existir nesses dias. Pulá-los e guardar no crédito de horas a serem vividas, esse tempo pra mais tarde. Um mais tarde que não seja simples insônia, compras de supermercado, pessoas mau humoradas, despertador, não saber o que fazer com as mãos ou em que direção olhar.

Um dia merece ser vivido. Vivido. E hoje eu escolheria não viver. Permanecer em estado de hibernação, deixar passar.

Hoje eu escolheria não fazer um boneco de neve e migrar pro mundo dos sonos tranquilos.

O momento em que se precisa pensar onde se senta, pra que direção se olha e porque um desprezo dói tanto mereceria apenas não ser vivido. Eu pularia o dia de hoje. Sentiria uma outra dor que não essa. E o pior é sentir doer e nem saber de onde vem ou porque dói. E só.

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